quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Saúde leva informação sobre Leishmaniose aos trabalhadores do setor industrial


 Empresas da zona norte, região onde foi constatada transmissão, abrem às portas para trabalho educativo; limpeza dos quintais e cuidados com os cães são fundamentais

Para ampliar a informação sobre a Leishmaniose, uma grave zoonose que pode até matar, a Secretaria Municipal da Saúde de Marília realiza ações de divulgação itinerantes nas indústrias da cidade. Nesta quinta-feira (01) agentes de endemias do município foram recebidos em uma fábrica da zona norte, onde realizaram a entrega de material informativo e conversaram com os trabalhadores.

A estratégia é envolver milhares de famílias, uma vez que a informação obtida no local de trabalho tende a tornar-se atitude concreta nos lares, nos bairros e comunidades. A veterinária Ticiana Donatti dos Reis, coordenadora da Divisão de Zoonoses, destaca que a palavra de ordem é “envolvimento”.

O objetivo, segundo ela, é mostra que o problema é de todos. “A doença é transmitida por um pequeno inseto, o flebótomo, conhecido como mosquito-palha. Os criadouros estão principalmente nos quintais, entre matérias orgânicas. Por isso a importância de cada um fazer a sua parte, verificar o seu espaço, da mesma forma como acontece no combate ao Aedes Aegypti”, disse.


A aceitação da abordagem nas empresas é grande. A maioria dos funcionários já ouviu falar da doença, mas tem dúvidas, por exemplo, sobre o ciclo de transmissão, como o cão torna-se um reservatório e quais as medidas a população precisa tomar. “Esse trabalho vai continuar, envolvendo também as escolas (com a volta às aulas) e a população nos espaços coletivos”, informou a coordenadora da Divisão de Zoonoses.

A LEISHMANIOSE

A enfermeira Alessandra Arrigoni, supervisora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, explica que, diferentemente das doenças transmitidas pelo Aedes, a leishmaniose contamina o homem através da picada de um inseto que não depende de água parada para reprodução, mas de material orgânico. 

Folhas, galhos secos, fezes de animais, fartamente encontrado em muitos quintais, são ambientes propícios para a reprodução do “mosquito palha”. Locais com chiqueiros e galinheiros potencializam o aumento deste inseto, que costuma picar animais domésticos para se alimentar. 

Equipe de agentes de endemias que participou da ação desta quinta-feira, em indústria da zona norte

É dessa forma que o cão pode torna-se hospedeiro do parasita e desenvolve a doença, participando do ciclo para a contaminação de outros mosquitos e de seres humanos. 

SINTOMAS

A Leishmaniose, em humanos, causa febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, aumento do fígado e do baço (hepatomegalia e esplenomegalia), anemia e palidez, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode provocar a morte em mais de 90% dos casos.

Em cães, podem ocorrer perda de peso, falta de apetite, apatia, feridas de pele que não cicatrizam, feridas nas orelhas, lesões oculares, falta de pelo entorno dos olhos. Nos casos em que os rins são afetados, os animais bebem muita água e urinam em grande quantidade. Os sintomas também demoram a surgir nos cães, que podem transmitir a doença mesmo sendo assintomáticos.

Mais informações podem ser obtidas nas unidades de saúde do município, ou por meio do telefone (14) 3401-2054, junto à Divisão de Zoonoses.

Texto: Carlos Rodrigues
Fotos: Júlio César de Carlis

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