segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Marília notifica caso de leishmaniose no Santa Antonieta e intensifica ações de combate


Morador de 68 anos é o 13º a ter doença confirmada na cidade; agentes da unidade de saúde do bairro redobram atenção e orientação aos moradores

A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Marília confirmou um caso de leishmaniose visceral humana no bairro Santa Antonieta (zona norte). Foi a segunda notificação positiva deste ano no bairro e a 13ª na cidade. As ações de controle, por meio dos agentes de endemias que atuam no bairro, estão sendo redobradas. Trabalho educativo é realizado também pela Divisão de Zoonoses. Não houve nenhum caso de óbito neste ano pela doença.

O morador, um homem de 68 anos, unidade de saúde com febre, palidez e queixa de fraqueza e dor torácica. Foi constatada hepatomegalia (aumento do fígado) e ele precisou ser internado para tratamento. Já houve alta médica e o caso está sendo acompanhado pela unidade de saúde do bairro.

A enfermeira Alessandra Arrigoni Mosquini, supervisora da Vigilância Epidemiológica do município, explica que a leishmaniose visceral em humanos foi registrada pela primeira vez na cidade em 2011. Nos anos seguintes, a transmissão foi esporádica. No ano passado, a transmissão tornou-se intensa.

“Diferente de outras doenças como a dengue essa parasitose leva alguns meses para apresentar os sintomas. Estamos constatando, hoje, casos em que a pessoa pode ter contraído a doença há oito meses. Não podemos dizer que vamos acabar com a leishmaniose, mas acreditamos que é possível, a médio prazo, controlar e reduzir a transmissão no município”, disse Alessandra.

Para isso, o Grupo Técnico formado por profissionais da Vigilância Epidemiológica, Divisão de Zoonoses e Atenção Básica, com apoio da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), coordena e orienta uma série de atividades. Os trabalhos são acompanhados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo e supervisionadas pelo órgão.

TRIPÉ DE AÇÕES

Os técnicos acreditam, conforme Alessandra, que a intensificação da Educação em Saúde (divulgação; orientação; abordagem próxima à comunidade, nas escolas, nas igrejas), combinadas com o manejo ambiental do lixo orgânico e o inquérito canino para identificação dos reservatórios (cães contaminados) podem levar ao controle da leishmaniose. É a chamada tríade, ou “tripé de ações”. 

Não é possível estimar, porém, em quanto tempo será possível relacionar a queda das notificações ao resultado do trabalho. Pelo fato da doença ter um ciclo longo, é provável que as ações atuais na região de intensa transmissão (Jânio Quadros/Alcides Matiuzzi) surtam efeito a partir de 2018. Mas para isso, o estado de alerta precisar ser mantido.

Desde julho, força-tarefa da Divisão de Zoonoses e outros setores da Saúde, com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, realiza a tríade nos dois bairros citados. Na semana passada, a área de abrangência foi ampliada para o JK. 

Foto: Júlio César de Carlis

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