terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Fisioterapia da Secretaria da Saúde promove acessibilidade na rede de ensino


 Fisioterapeuta Franciane faz adequações no encosto da cabeça e indica cadeirinha para Gustavo; mobiliários escolares, além de materiais de apoio, também recebem intervenções

O serviço de Fisioterapia da Secretaria Municipal da Saúde, com olhar sensível às necessidades de adequações dos alunos com deficiência matriculados na rede de ensino de Marília, realiza um trabalho colaborativo com equipes pedagógicas. Como resultado, os alunos têm garantia do direito à inclusão e promoção da saúde. 

Doutora em Educação Especial pela Unesp, a fisioterapeuta Franciane Teixeira de Oliveira Codogno executa as atividades. Ela explica que a cooperação teve início em 2012, por meio de formações e orientações para professores, cuidadores e profissionais de educação em geral.

Em 2015, a parceria foi fortalecida e a fisioterapeuta passou a acompanhar, de forma sistemática, a necessidade de adaptações para o atendimento escolar. Nascia a Consultoria Colaborativa de Fisioterapia para Deficientes Físicos, com atendimento semanal.

A iniciativa intersetorial saúde/educação gera benefícios para famílias como a de Gustavo de Almeida Leonildo, de seis anos. A mãe, dona de casa, Luciana de Almeida Leonino, 44, observa o desenvolvimento do filho, com a inclusão escolar e as adequações promovidas pela fisioterapia.

“Ele passa por atendimento individual. A fisio orienta no transporte e acompanha a questão dos materiais, junto com a equipe da escola. Para mim, que sou mãe, é uma segurança a mais. O que eu diria para as outras mães é: vale a pena lutar, eles precisam estar incluídos”, alerta.

No atendimento interdisciplinar, é papel do fisioterapeuta a orientação sobre assentos, tipo de cinto de segurança, apoios para cabeça, pés, enfim, todos os recursos capazes de aumentar o conforto durante o transporte.

Na sala de aula, a atenção à saúde continua, com a indicação de mesas e cadeiras adequadas a cada situação específica de deficiência, inclusive com materiais de apoio (tesouras, suporte para lápis, copos, colheres) e outros materiais didáticos adaptados. 

Altura, largura, textura… tudo pode ser adaptado, muitas vezes personalizado em milímetros, para cada caso. “É um trabalho em que precisamos de um olhar integral, considerando as necessidades da criança, entendendo as expectativas dos educadores e alunos, gerando mais conforto, ergonomia e qualidade”, afirma Franciane.

FOCO NO APRENDER

A supervisora do Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação, Sabrina Alves Dias, explica que o conforto e segurança nos movimentos, fazem com que os alunos ganhem confiança e se preocupam menos com as posições antes incômodas. Dessa maneira, o foco se volta para as práticas que favorecem o desenvolvimento cognitivo.

“Esse trabalho tem a capacidade de mudar a experiência do aluno, em relação ao meio e aos objetos em geral. Nos chama a atenção também a maneira como a fisioterapeuta encontra soluções simples, com materiais acessíveis, proporcionando grande impacto”, avalia Sabrina.

A educadora explica que o atendimento não é vinculado a uma única escola. Onde houver solicitação, via Secretaria de Educação, o serviço de fisioterapia poderá atuar, em toda a rede de ensino. O trabalho intersetorial, geralmente, acontece às sextas-feiras. 

Nos demais dias da semana, Franciane integra a equipe do serviço de Fisioterapia da Secretaria Municipal da Saúde a atualmente atende pacientes de neurologia, na unidade “Estação Saúde”, instalada ao lado do Terminal Urbano

Texto: Carlos Rodrigues
Fotos: Júlio César de Carlis

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